quinta-feira, 9 de junho de 2016

Alckmin negocia 'privatizar' linhas nobres de trens de São Paulo

09/06/2016 - Folha de SP

RODRIGO RUSSO

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) analisa uma proposta para repassar a operação de duas das seis linhas da CPTM para a iniciativa privada.

A negociação envolve os serviços da 8-diamante e 9-esmeralda, que transportam juntas mais de 1 milhão de passageiros por dia e são consideradas nobres na rede de trens por diferentes motivos.

A linha 8, que liga a cidade de Itapevi (Grande São Paulo) ao centro da capital paulista, é a que tem melhores níveis de manutenção de toda a malha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Já a linha 9, que beira a marginal Pinheiros, passa por importantes áreas empresariais, de comércios e escritórios, como a região da Berrini.

A informação foi confirmada à Folha pela Secretaria de Governo e pela Triunfo Participações e Investimentos, empresa que manifestou interesse em uma PPP (Parceria Público-Privada). Integrantes da gestão Alckmin já deram indicações favoráveis à ideia.

Esse modelo de operação de trens pelo setor privado é inédito na CPTM, mas já é adotado pelo Metrô na linha 4-amarela, controlada pela ViaQuatro, será aplicado na linha 6-laranja e ainda é estudado para os monotrilhos.

O secretário de Transportes Metropolitanos do governo tucano, Clodoaldo Pelissioni, declarou em reunião do conselho estadual que gerencia as PPPs que a proposta para as linhas da CPTM "aponta potencial redução de custos frente à atual situação".

O secretário da Fazenda, Renato Augusto Villela dos Santos, disse que "a racionalização se faz necessária em época de pouco recurso".

DEPENDENTE

A CPTM, diferentemente do Metrô, é uma empresa que não consegue se sustentar com as próprias pernas –ou seja, com a tarifa paga pelos passageiros e com a exploração comercial de outros serviços, como lojas nas estações.

No ano passado, 40% das receitas da companhia vieram de aportes do Estado, em total de quase R$ 1 bilhão –aumento de 18% na comparação com os repasses de 2014.

Como a rede é deficitária, repassar a operação comercial de duas linhas à iniciativa privada pode significar enxugamento de despesas.

Em troca da exploração das linhas, a empresa interessada se compromete a fazer a modernização, a adequação da parte de infraestrutura e a construção de novas estações.

A 9-esmeralda, que hoje liga Osasco ao Grajaú, tem em andamento um plano de expansão para chegar até Varginha, no extremo sul. A CPTM reconhece, porém, que as obras caminham em ritmo aquém do esperado.

Apesar de a Triunfo ter encaminhado a sugestão de PPP ao governo por meio de uma MIP (Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada), seria preciso abrir a possibilidade a outros interessados, por meio de concorrência.

A empresa, que já tem concessões nas áreas de portos, aeroportos e rodovias, não divulga dados sobre estimativa de investimentos, prazo de concessão e contrapartidas do Estado. A Triunfo diz apenas que "aguarda um posicionamento do governo paulista sobre a proposta".

RAIO-X DAS LINHAS 8 E 9 DA CPTM 

Linha

Pessoas atendidas por dia

Parceria público-privada

% de viagens descumpridas

--

Linha 8 Diamante

600 mil

Desde 2010, tem parceria para manutenção e modernização de trens

Em 2010 - 5,1%

--

Linha 9 Esmeralda

500 mil

Não tem

Em 2010 - 3,8% Em 2015 - 6,1%


TRABALHADORES

Rogério Santos, diretor do Sindicato Sorocabana, que reúne os cerca de 2.500 funcionários das linhas 8 e 9 da CPTM, critica a forma como esse processo sobre a concessão tem sido conduzido.

"Não houve qualquer consulta nem articulação para amenizar os reflexos aos trabalhadores. Não sabemos quais serão as consequências disso. Falta transparência e publicidade nesse assunto."

O Conselho Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas disse que a proposta "segue em análise devido à sua complexidade" e que ainda não há data para que seja examinado em reunião do órgão. A CPTM afirmou que "aguarda decisão do Conselho Gestor das PPPs".

Museu Ferroviário já recebeu 2 mil pessoas

08/06/2016 - Diário do Grande ABC

Estabelecido dentro de um prédio centenário, que servia como armazém de cargas, bem próximo à linha férrea da estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de Ribeirão Pires, foi inaugurado o Museu Ferroviário no dia 30 de abril e, segundo a administração da cidade, o espaço cultural já recebeu mais de 2 mil pessoas.

O prédio, que pertence ao Governo Federal, foi cedido à Prefeitura de Ribeirão Pires em 1999, porém, segundo a Secretária Adjunta de Desenvolvimento Econômico Ana Fernandes, nenhuma administração teve a iniciativa de pensar no local como um museu voltado para a história ferroviária. “Antes era a GCM (Guarda Civil Metropolitana) da cidade que ocupava o prédio, mas agora conseguimos trazer algum acervo para cá”, explicou.

O museu, apesar de pertencer à municipalidade e ser de responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, tem também uma parceria com uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) conhecida como ODF (Organização de Defesa dos Direitos Fundamentais), gerida por alguns trabalhadores ferroviários aposentados.

Apesar de pouco mais de um mês de inauguração, os responsáveis pelo local ainda angariam peças para compor o acervo do museu. A maioria das ferramentas históricas que estão ali pertencem a terceiros, empréstimos dos museus de Santos e São Paulo, por exemplo.

Dentre os objetos expostos é possível encontrar utensílios vindos diretamente da Inglaterra, de quando as linhas de trem ainda eram geridas pela São Paulo Railway. Há trilhos, lanternas a querosene, medidores, alicates, uma gama completa de peças que foram utilizadas ao longo do tempo pelas quilométricas linhas de ferro que cortavam o Brasil.

“Ribeirão Pires tem uma história completamente ligada com as ferrovias. É possível falar até que Ribeirão é uma cidade ferroviária”, explicou Adilson Alcântara, diretor da ODF e presidente social do Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo. “Mais do que um museu, o local é uma homenagem aos trabalhadores que serviram nas estradas de ferros do País”, concluiu.

O espaço também conta com um acervo de vídeo com mais de 80 filmes com imagens de Paranapiacaba, das antigas estações de trem da região e da CPTM.

Segundo Alcântara, são esperadas 50 visitas por dia, o que atinge as expectativas imaginadas pela gerência. “Como a entrada é gratuita e o museu fica num local de bastante movimento, o pessoal acaba entrando e visitando as peças expostas. Tenho certeza que esse número vai aumentar”, disse, lembrando que a equipe irá montar uma maquete de todo complexo ferroviário da cidade. 
'Peças vivas'

 Visitando o museu, não foi difícil perceber o movimento de muitos idosos que andam para lá e para cá, abordando os visitantes e explicando a função das peças expostas. “Estes senhores são nossas peças vivas, nosso acervo histórico que ainda respira”, brincou Adilson Alcântara, que se referia aos ferroviários aposentados que encontraram no Museu Ferroviário, um local de reviver as memórias que os muitos anos de profissão trouxeram.

“Durante 30 anos, um mês e dois dias de minha vida eu trabalhei como ferroviário. Aposentei na função de chefe de estação em Ribeirão Pires”, lembrou exatamente Amílcar Ferreira da Costa, 71. 
Mesmo depois de aposentado, Ferreira é um dos idosos que ainda parecem trabalhar nas ferrovias, tamanho é seu entusiasmo com o museu e com as peças. “Mais do que um local para mostrar o acervo ferroviário, o museu serve para nos levar ao passado, nos lembrar dos amigos que já foram e dos que ficaram”, contou.

sábado, 4 de junho de 2016

CPTM completa 24 anos

25/05/2016 - CPTM

A CPTM comemora seus 24 anos de existência neste sábado (28/05) como um dos meios de transporte mais importante da população dos 22 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. 

A empresa herdou parte de um passado de glória dos paulistas, que são os trilhos da Fepasa e da CBTU, mas também de um patrimônio bastante defasado. E, ao longo dos últimos anos, com a modernização da sua infraestrutura e a entrada de mais de cem novos trens em operação, se transformou num transporte de excelência, sendo utilizado por cerca de 2,8 milhões passageiros por dia. 

Para celebrar o mês de aniversário deste ano, os usuários podem conferir a mostra fotográfica Urbanidades na Estação Pinheiros, que atende a Linha 9-Esmeralda. São 12 imagens selecionadas entre os alunos de pós-graduação em Fotografia Aplicada do Senac Lapa Scipião, que revelam o impacto da diversidade local nas emoções, comportamentos e estilos dos cidadãos. 

A exposição ficará em exibição até o dia 29/06, diariamente, das 4h até meia-noite, e passará também pela Estação Tamanduateí, da Linha 10-Turquesa, a partir do dia 14/07 e pela Estação Cidade Universitária, Linha 9-Esmeralda, a partir do dia 06/10, 

A CPTM conta com seis linhas: 7-Rubi (Luz - Francisco Morato - Jundiaí), 8-Diamante (Júlio Prestes – Itapevi – Amador Bueno) 9-Esmeralda (Osasco – Grajaú), 10-Turquesa (Brás – Rio Grande da Serra), 11-Coral (Luz – Guaianases – Estudantes) e 12-Safira (Brás – Calmon Viana). São 92 estações que englobam uma malha ferroviária de 257,5 quilômetros operacionais.