quinta-feira, 9 de junho de 2016

Museu Ferroviário já recebeu 2 mil pessoas

08/06/2016 - Diário do Grande ABC

Estabelecido dentro de um prédio centenário, que servia como armazém de cargas, bem próximo à linha férrea da estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de Ribeirão Pires, foi inaugurado o Museu Ferroviário no dia 30 de abril e, segundo a administração da cidade, o espaço cultural já recebeu mais de 2 mil pessoas.

O prédio, que pertence ao Governo Federal, foi cedido à Prefeitura de Ribeirão Pires em 1999, porém, segundo a Secretária Adjunta de Desenvolvimento Econômico Ana Fernandes, nenhuma administração teve a iniciativa de pensar no local como um museu voltado para a história ferroviária. “Antes era a GCM (Guarda Civil Metropolitana) da cidade que ocupava o prédio, mas agora conseguimos trazer algum acervo para cá”, explicou.

O museu, apesar de pertencer à municipalidade e ser de responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, tem também uma parceria com uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) conhecida como ODF (Organização de Defesa dos Direitos Fundamentais), gerida por alguns trabalhadores ferroviários aposentados.

Apesar de pouco mais de um mês de inauguração, os responsáveis pelo local ainda angariam peças para compor o acervo do museu. A maioria das ferramentas históricas que estão ali pertencem a terceiros, empréstimos dos museus de Santos e São Paulo, por exemplo.

Dentre os objetos expostos é possível encontrar utensílios vindos diretamente da Inglaterra, de quando as linhas de trem ainda eram geridas pela São Paulo Railway. Há trilhos, lanternas a querosene, medidores, alicates, uma gama completa de peças que foram utilizadas ao longo do tempo pelas quilométricas linhas de ferro que cortavam o Brasil.

“Ribeirão Pires tem uma história completamente ligada com as ferrovias. É possível falar até que Ribeirão é uma cidade ferroviária”, explicou Adilson Alcântara, diretor da ODF e presidente social do Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo. “Mais do que um museu, o local é uma homenagem aos trabalhadores que serviram nas estradas de ferros do País”, concluiu.

O espaço também conta com um acervo de vídeo com mais de 80 filmes com imagens de Paranapiacaba, das antigas estações de trem da região e da CPTM.

Segundo Alcântara, são esperadas 50 visitas por dia, o que atinge as expectativas imaginadas pela gerência. “Como a entrada é gratuita e o museu fica num local de bastante movimento, o pessoal acaba entrando e visitando as peças expostas. Tenho certeza que esse número vai aumentar”, disse, lembrando que a equipe irá montar uma maquete de todo complexo ferroviário da cidade. 
'Peças vivas'

 Visitando o museu, não foi difícil perceber o movimento de muitos idosos que andam para lá e para cá, abordando os visitantes e explicando a função das peças expostas. “Estes senhores são nossas peças vivas, nosso acervo histórico que ainda respira”, brincou Adilson Alcântara, que se referia aos ferroviários aposentados que encontraram no Museu Ferroviário, um local de reviver as memórias que os muitos anos de profissão trouxeram.

“Durante 30 anos, um mês e dois dias de minha vida eu trabalhei como ferroviário. Aposentei na função de chefe de estação em Ribeirão Pires”, lembrou exatamente Amílcar Ferreira da Costa, 71. 
Mesmo depois de aposentado, Ferreira é um dos idosos que ainda parecem trabalhar nas ferrovias, tamanho é seu entusiasmo com o museu e com as peças. “Mais do que um local para mostrar o acervo ferroviário, o museu serve para nos levar ao passado, nos lembrar dos amigos que já foram e dos que ficaram”, contou.

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