terça-feira, 16 de maio de 2017

Sem investimentos, Linha 10-Turquesa perde passageiros

15/05/2017 - Metrô CPTM

Segunda linha menos movimentada da CPTM perdeu 7,9 milhões de passageiros nos últimos cinco anos, diz jornal

Ricardo Meier

Trem espanhol da Série 2100 deixa a estação São Caetano: linha esquecida (edugjf)

Em conjunto com a Linha 7-Rubi, a Linha 10-Turquesa surgiu a partir da antiga Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, construída no século 19. Mas os dois ramais da CPTM não compartilham apenas isso: ambos estão entre os que menos recebem investimentos do governo. E um sinal evidente da falta de interesse pela linha que corta o ABC Paulista e termina na estação Brás é o fato de 7,9 milhões de passageiros terem deixado de utilizá-la nos últimos cinco anos.


O dado foi obtido pelo jornal Diário do Grande ABC que apontou uma queda de 7% na quantidade de passageiros entre 2011 e 2016. Parte desse êxodo tem a ver com a crise econômica, no entanto, esse fenômeno não atingiu no mesmo grau as demais linhas da CPTM – no geral houve crescimento de 17%.

A média de passageiros transportados é de 365 mil pessoas por dia, só superior a Linha 12-Safira (256 mil). É praticamente metade do que transporta a Linha 11-Coral, a mais movimentada da CPTM. São 38 km de trilhos e 13 estações, mas que permanecem ultrapassadas e muitas vezes inacessíveis em dias de chuva por conta do alagamento das vias.

A promessa de reforma de suas estações ficou pelo caminho com a falta de recursos alegada pelo governo. Da mesma forma, a frota de trens é formada principalmente pela Série 2100, antigos trens espanhóis de transporte regional, ou seja, lentos e mais propícios a viagens de longa duração. Além da idade avançada (foram construídos em 1974), essas composições sofrem com problemas de manutenção e seguidos incêndios.

Sem trens novos

Com um intervalo alto que torna a viagem mais demorada do que deveria, a CPTM decidiu implantar uma media paliativa ao colocar um trem da Série 3000 entre Santo André e Tamanduateí com parada apenas em São Caetano do Sul, o Expresso Linha 10, mas nem isso parece ter ajudado a melhorar o conforto e a previsibilidade da linha.

Com parte importante do seu trajeto passando por regiões industrializadas e bem adensadas, a Linha 10 poderia ter um serviço digno do Metrô, mas parece que ela não é prioridade para a CPTM, que diz investir, mas que até agora não revelou se parte da encomenda de 65 novos trens irá para o ABC para aposentar os velhos trens espanhóis. Até mesmo a Linha 7, que concentrava a maior parte dos trens antigos e sem ar-condicionado, passou a receber vários trens dessa encomenda. Enquanto isso, os trens da Série 8500 e 9500 só passam pelo ABC em testes – embora existam rumores que estes últimos poderão ser usados na linha no futuro.

Não é difícil entender porque a população pode ter deixado a Linha 10 de lado por ora. Isso, somado ao impasse na construção da Linha 18 do Metrô, tem transformado o ABC numa região de mobilidade deficiente, cujos moradores levam horas para chegar à capital em alguns dias. Não deveria ser assim.

Interior do Série 9500 da CPTM
Interior do Série 9500 da CPTM: rumores indicam que o novo trem pode chegar ao ABC, mas não se sabe quando (CPTM)

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Estação Suzano ganha maior bicicletário da CPTM

11/05/2016 - Metrô CPTM

Com 1.045 m² e 576 vagas, espaço ajudará a compensar pouca oferta de vagas na Linha 11-Coral

Bicicletário de Suzano é o maior da CPTM

A CPTM inaugurou nesta quarta-feira (10) o bicicletário da estação Suzano da Linha 11-Coral, recentemente reforma e entregue parcialmente. O espaço é o maior disponível nas seis linhas da companhia. São 1.045 m² e 576 vagas gratuitas.

Com ele, a CPTM passa a oferecer 7.734 vagas para bicicletas em 30 estações. No entanto, é justamente na Linha 11 que há uma das maiores carências do serviço. Além de Suzano apenas Poá e Ferraz de Vasconcellos têm bicicletários.  A vizinha Linha 12-Safira, por exemplo, oferece a comodidade em sete estações com 1.510 vagas. Até mesmo a Linha 7-Rubi, sempre a mais criticada, tinha até então mais vagas para bicicletas, com três estações 391 locais para guardar o veículo.

A linha campeã em estações com bicicletários é a 9-Esmeralda, com 10 pontos e 1.750 vagas, mas é na Linha 10-Turquesa que há mais vagas, um total de 2.478 lugares graças ao espaço Askobike em Mauá, único que cobra o serviço – R$ 20 pela mensalidade de associados e diária de R$ 2 de usuários não cadastrados.

Mais trens diretos

Durante a inauguração do bicicletário e também da passarela que dá acesso à estação, o governador Geraldo Alckmin revelou que a Linha 11 receberá mais 15 trens novos que permitirão que as viagens sejam diretas até a estação Luz – sem necessidade de baldeação em Guaianazes. Hoje apenas alguns trens fazem essa ligação direta em horários de pico. Segundo Clodoaldo Pelissioni, a CPTM pretende colocar em operação de dois a três trens novos por mês. Hoje, tanto a Série 8500 quanto a 9500 estão com problemas para serem entregues.


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Trens novos comprados por Alckmin têm atraso na entrega e reprovação em testes

05/05/2017 - G1

O governo de São Paulo acertou a compra, em 2013, de 65 trens para reforçar o atendimento nas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Eles deveriam ter sido entregues no meio do ano passado, mas, até agora, apenas 11 entraram em operação. As novas composições ainda apresentaram mais de 200 falhas em um período de seis meses.

A aquisição dos trens foi selada em uma licitação de quase R$ 2 bilhões, vencida por duas empresas estrangeiras: a espanhola CAF e a sul-coreana Hyundai/Rotem. A CAF ficou encarregada de entregar 35 composições e, a Hyundai/Rotem, as outras 30, ambas em 2016. As duas companhias são investigadas por formação de cartel em contratos firmados durante a gestão PSDB em São Paulo.

O prazo oficial passou e nenhuma das fabricantes cumpriu com o compromisso. Juntas, elas entregaram até o momento apenas 20 trens. Destes, quatro da CAF e outros quatro da Hyundai/Rotem sequer foram aprovados nos testes de segurança e estão parados.

Uma composição da Hyundai/Rotem passou nos testes, mas ainda não está circulando por questões burocráticas. Os onze trens da leva que já estão em operação são da CAF, mas, apesar de estarem na ativa, têm apresentado constantes problemas. Foram 227 só em um semestre, conforme levantamento do Ministério Público (MP).

Falhas e reprovações

O Bom Dia Brasil teve acesso com exclusividade ao relatório feito por engenheiros do MP que avaliou os trens que estão em circulação mas apresentando problemas e aqueles que não passaram nem pela fase de testes. O parecer foi dado após vistoria em linhas e no pátio onde parte deles está estacionado, em Osasco, na Grande São Paulo.

Os engenheiros apontam no documento que quatro dos cinco trens entregues até aqui pela Hyundai possuem uma série de problemas e, por isto, são reprovados nos testes dinâmicos, que avaliam o equipamento em movimento. Já no caso da CAF, dois dos quatro trens parados estão há um tempo considerável tentando superar a fase de testes. Um deles aguarda liberação desde junho de 2015.