segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Trem de Jundiaí a SP é opção para campineiros

28/09/2014 - Correio Popular - Campinas


A linha de trem que opera desde 1867 e liga Jundiaí a São Paulo funciona como opção para quem precisa chegar à Capital, tem tempo e quer se livrar do risco de congestionamentos e do trânsito caótico na maior cidade do Brasil. A alternativa é a única via férrea do Interior, enquanto a proposta do trem metropolitano não sai do papel. Projetado para chegar até Campinas em 2020, com ponto final em Americana, o trem regional ainda não teve o edital lançado, devido a um impasse com o governo federal. Enquanto isso, a viagem ferroviária entre Jundiaí e a Capital é mais barata, leva 90 minutos, passa por 18 estações e tem passagem a R$ 3,00. Os trens partem da estação de 15 em 15 minutos. No percurso total, de Campinas à Capital, a viagem de carro pode ficar até três vezes mais cara.

Quem decide pela viagem na linha 7 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), chamada de "Rubi", deve ir de carro ou de ônibus até a estação de Jundiaí, além de ter um pouco de paciência e disposição. Lá é possível deixar o carro em estacionamentos gratuitos no entorno e embarcar sem o estresse de dirigir em um trânsito complicado na rodovia e na chegada à Capital.

No final das contas, fica mais barato usar o trem. Contando os valores da passagem mais pedágio e o combustível gasto entre Campinas e Jundiaí, o custo chega a R$ 25,70 (R$ 7,70 de pedágio, R$ 15,00 de combustível e R$ 3,00 da passagem de trem). Se for de carro, o motorista gasta cerca de R$ 75,00: R$ 30,00 de gasolina (em um carro popular que faz 10 km com 1 litro), mais R$ 14,40 de pedágio e mais o valor do estacionamento que terá que utilizar para deixar o carro em São Paulo, raramente inferior a R$ 15,00. Sem falar no desgaste do veículo.

Atualmente, o perfil do usuário do trem é o de trabalhadores que exercem suas funções na Capital, mas moram no Interior. Mas há também jovens e executivos que usam ternos entre os passageiros. São 470 mil passageiros, em média, por dia, que utilizam a linha.

A reportagem do Correio Popular fez a viagem na última quarta-feira. Comprou um bilhete para conhecer o percurso da linha 7 - Rubi, com 60,5 quilômetros de extensão. É a linha mais longa de São Paulo. Ao chegar à Capital paulista, o passageiro tem integração gratuita com as linhas azul, amarela e vermelha do metrô.

O trem segue quase vazio até a estação Francisco Morato, onde é necessário transferir para outro veículo. A reportagem levou menos de meia hora de viagem, em um trem sem ar condicionado. Até lá, nas janelas — fechadas e arranhadas —, a paisagem é composta por árvores, montanhas e alguns polos industriais. A partir de Baltazar Fidélis, a estação seguinte à transferência, o cenário muda e as cidades e distritos de São Paulo se aglomeram. As casas, comércios e comunidades carentes preenchem as janelas, também fechadas, mas dessa vez por causa do ar condicionado. Não há mais cadeiras disponíveis e a cada estação entram mais passageiros.

Na estação Franco da Rocha, dois vendedores ambulantes entram no vagão, um dos últimos do trem. "Bala de café, de gengibre, uma (caixa) por R$ 1. 'Ta㭒, pessoal, a solução para sua garganta", grita um dos vendedores. O comércio, dentro do trem, é proibido. Também se vende chiclete e "gotas macias de eucalipto", as últimas por 50 centavos. A viagem seguirá ainda por mais uma hora. Entre as estações Jaraguá e Piqueri, o trem perde velocidade e as paradas são mais frequentes.

"Acho importante a linha, mas é devagar, principalmente depois da (estação) Caieiras, onde moro. Uso de duas a três vezes por semana, e ajuda muito, porque é barato", disse a gerente de projetos Andreia Banhe, de 35 anos. Ela viajava na quarta-feira de manhã, por volta de 8h10, rumo à Capital. Segundo ela, o horário de pico é entre 6h e 8h, e que fica "impossível". "Em Francisco Morato também é complicado, porque nem sempre o trem de transferência está esperando para transferir", disse.

"Para quem mora na região é uma solução de transporte. Não tenho condição de ter um carro. E a linha também leva para Jundiaí, onde tenho amigos e costumo ir", afirmou o estudante Marcos Vinicius Lara Pavani, de 20 anos.

Inviável

O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou que, apesar de ser a ligação férrea com São Paulo, não é viável utilizar o trem como ligação regional. "O serviço é local, há uso entre as cidades do Interior e a Capital. Em uma eventualidade, para passeio, acho correto", comentou. Sobre a lentidão, ele disse que é comum, devido à proximidade das estações.

Linha ainda tem estações do século 19

No trem urbano que liga Jundiaí até a Capital, a característica é de grande fluxo de passageiros e paradas mais rápidas. Hoje, a linha suporta até 2 mil pessoas, e a velocidade comercial é de 45 quilômetros/hora. Os passageiros viajam de pé e os motores são distribuídos ao longo do trem. A velocidade máxima é de 90km/h.

Na década de 1940 a linha seria eletrificada, mas continuou a prestar serviços com carros de madeira puxados por locomotivas até 1957. Em 1994, passou a ser administrada pela atual Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A linha até hoje possui estações originais da SPR, algumas com o prédio construído ainda no século 19, como Caieiras, Perus e Jaraguá. O trajeto também passa por um túnel (de duas galerias), entre as estações Francisco Morato e Botujuru.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Alckmin assina financiamento para compra de trens

23/09/2014 - G1 São Paulo

O governador Geraldo Alckmin, do PSDB, participou de uma cerimônia na manhã desta terça-feira (23) no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul de São Paulo, onde assinou dois financiamentos com órgão internacionais para obras de modernização em rodovias administradas pelo DER (Departamento de Estradas e Rodagem) e compra de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Caso seja reeleito, Alckmin pretende investir em obras de infraestrutura para conectar os mais variados meios de transportes existentes. "A nossa proposta é investir muito em logística, infraestrutura e integrar os modais. O trem chegando ao aeroporto, integra com o modal aeroviário, as rodovias chegando na hidrovia, integra com o modal hidroviário, chegando na ferrovia, na dutovia, essas obra são importantíssimas", defendeu.

O valor do financiamento foi de US$ 986 milhões, cerca de R$ 2,3 bilhões, para a realização de obras em rodovias. Além disso, foi feito o empréstimo de mais R$ 616 milhões para compra de trens novos. De acordo com o tucano, esses investimentos proporcionam geração de emprego, atraem mais empresa e fortalecem a economia do estado.

Segundo o candidato, os empréstimos não vão inviabilizar futuros financiamentos.  "O estado de São Paulo fez um grande ajuste fiscal. Nós tínhamos uma dívida de 2,2 vezes a receita e hoje ela é 1,4, o menor endividamento. Então, nós recuperamos a capacidade de investimento. E esses financiamentos, se Deus quiser, a nossa proposta é executá-los a partir do ano que vem", explicou ele citando que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite que o estado tenha dívidas de até 2 vezes o valor da receita.

Financiamentos

O governo estadual de São Paulo realizou financiamento de R$ 616 milhões para a compra de 8 trens da Linha 13 – Jade da CPTM, que ligará Guarulhos (na Grande São Paulo) à capital, passando pelo Aeroporto de Cumbica, o maior do país. A verba também será usada para o pagamento parcial de mais 65 trens em fabricação para todas as linhas.

"Só nesses financiamentos de hoje nós teremos 1.100 km de autoestradas no litoral, nas regiões metropolitanas e em todo o interior, ampliadas e modernizadas, que vai gerar muito emprego, atrair muitas empresas e evitar acidentes", afirmou Alckmin.

Críticas aos adversários

Após endurecer o seu discurso ao seu adversário petista, Alexandre Padilha, durante o programa eleitoral na rádio desta segunda-feira (22), Alckmin disse que foram ditas "algumas verdade em relação ao PT".

Durante o horário político, os locutores do programa tucano disseram que Padilha não teve competência para administrar o Ministério da Saúde, enfatizou o vínculo dele com o partido e mencionou a prisão de envolvidos no Mensalão. O programa dizia que dois dos últimos 4 candidatos petistas ao governo do estado, dois estão presos por corrupção.

"Depois de tantas inverdades em relação ao governo do estado, nós só dissemos algumas verdades em relação ao PT, nada mais justo", declarou Alckmin.

Após Marina Silva (PSB) ter autorizado o uso da sua imagem em santinhos ao lado do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), o tucano comentou que o seu candidato é o Aécio Neves e que tem uma coligação com o PSB, por isso é natural receber apoio.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Agência obriga circulação de trem passageiros em linha de carga em Suzano

14/09/2014 - Diário de Suzano

As concessionárias do transporte de carga e de passageiros não cumprem uma cláusula contratual que obriga a circulação de trens de passageiros, em dois horários, nas linhas de carga. A resolução foi determinada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) quando a MRS Logística passou a realizar o serviço de transporte de carga no Estado. O contrato foi assinado na década de 1990.

Somente com a linha da MRS em Suzano, estima-se que mais de 90 mil pessoas podem ser beneficiadas, já que ela faz um trajeto diferente da realizada hoje pela Linha 11-Coral. Entre os bairros que poderiam ser beneficiados estão o Jardim Maitê e bairros do Distrito de Palmeiras.

A implantação do serviço entra em controvérsias, já que as duas concessionárias nunca conversaram sobre o assunto. Na verdade, apesar de a cláusula existir no contrato de concessão, não há cobrança para que a circulação nessas linhas aconteça. A situação se repete em outras cidades do Estado e da região. Se Mogi das Cruzes, por exemplo, também pudesse usufruir desta obrigação, os moradores do Distrito de Cesar de Souza poderiam contar com duas viagens por dia nas linhas férreas. Este, inclusive, é um pedido antigo dos moradores do local. Porém a cobrança existe para que a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) construa uma linha própria até o local e não que a circulação seja feita no trilhos de carga.

A MRS Logística confirmou que a obrigação realmente existe e frisou que "faz parte do nosso compromisso, no escopo de nossa concessão pública, assegurar esta passagem". Porém, a concessionária explicou que, como o contrato prevê somente a operação de trens de carga, o que pode ser feito é ceder a linha em dois horários estipulados pela CPTM, que teria de disponibilizar os trens de passageiros. Por meio de assessoria de imprensa, a MRS explicou que ainda não foi procurada com solicitação deste serviços, mas que "logicamente irá colaborar para desenvolver uma solução que atenda as necessidades de passageiros da região, seguindo também o que determina o órgão regulador".

A CPTM informou, por meio de sua assessoria, que há uma incompatibilidade dos sistemas do trens de carga e passageiros. Isso porque todo o sistema utilizado pela companhia é por meio de eletricidade. "A MRS teria de eletrificar os trilhos dela para que o trem da CPTM possa funcionar. Os sistemas são incompatíveis. Não há estudo para isso. Se fizéssemos isso iríamos retroceder".

O órgão estadual informou ainda que esse tipo de serviço não é disponibilizado em nenhuma cidade do Estado.

A possibilidade de ampliação deste tipo de transporte coletivo chegou até mesmo às discussões da Câmara de Suzano. Na semana passada, os vereadores aprovaram uma moção de apelo, que será encaminhada ao deputado estadual Estevam Galvão (DEM), solicitando ajuda dele para encaminhar à CPTM um pedido de estudo sobre a possibilidade de implantar o trem de passageiros nos trilhos de carga. O documento é de autoria do parlamentar Bento Moura dos Santos (DEM), o Russo.

Na moção, ele apela para a importância da circulação deste transporte que beneficiaria até 15 bairros entre Suzano e a divisa com Ribeirão Pires. "Estes bairros estão no entorno de uma linha férrea, já existente, que hoje é utilizada somente para o transporte de cargas, em horários alternados, que, passando pela cidade de Suzano, vai até Rio Grande da Serra".

A assessoria de imprensa de Estevam explicou que o deputado está à disposição dos vereadores de Suzano. "O que puder ser feito para beneficiar a cidade, será realizado". Na função de deputado, ele vai encaminhar o pedido para solicitar ao Estado a elaboração do estudo. Assim que o parlamentar receber a resposta da CPTM, será encaminhada à Câmara.